02 dezembro 2013

Algum tempo depois

Bem, quanto tempo já se passou? Não sei dizer. Ou melhor, eu tento não lembrar.
Lembro de ficar dias consecutivos chorando; noite pós noite sem dormir. Agora a frequência está diminuindo: Eu durmo às vezes e, outras vezes, não. Algumas noites, quando não consigo dormir, levanto e procuro alguma gordice para comer, ligo o computador e coloco alguma das minhas séries favoritas ou algum desenho animado que me faça rir, só para esperar o sono voltar ou essa ansiedade passar. Ou toco violão, ou escuto Nirvana, só para não ter vontade de chorar porque acho que, dos meus gostos musicais, essa foi a única banda que não escutamos juntos. Assim não lembro de você.
Isso já me faz feliz: tenho esperança que logo, logo, vou dormir todas as noites e chorar só de vez em quando. Se eu te ver com alguém, talvez. Não, talvez não. É óbvio que choraria.
Escrevi tanto que ganhei um quase-calo no dedo anelar, próximo à unha, onde eu apoio a caneta para escrever. E, nesse dedo, o esmalte saía por inteiro, sempre. Parei de pintar essa unha, em especial.
Agora minhas olheiras estão diminuindo. Não passo mais o dia todo pensando em doces para curar a ansiedade. Minhas notas na faculdade estão começando a melhorar e voltei a me exercitar (já perdi parte dos 6kg que ganhei nessa depressão pós-você). E, ah! Voltei a ter vida social: Agora, se minhas amigas me chamam para fazer algo, eu vou. Sem mais desculpas sobre estar muito cansada, ocupada, fora de casa ou qualquer coisa do tipo.
Acho que, se você ler, vai perceber que eu melhorei bastante. E, é verdade. Melhorei, sim.
Só que eu ainda sinto aquele vazio e, dele, não vejo muita esperança de me ver livre. Parece que só seria preenchido por você. Às vezes dói demais. Às vezes, esse "às vezes" é todo dia. E, quando vai passar, eu não sei.
Tudo bem, prometi a mim mesma não desistir de ser forte. Já estou tão longe, por que voltar para aquela dor do começo? Talvez, de alguma forma, a dor me lembre você. É esquizofrênico, eu sei. Mas, é como é.
Acho que falei bastante de mim, agora, me conta como tem passado.
Tá tudo bem por aí?
we

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