13 dezembro 2014

Não mais

Eu não preciso de você. Mas sempre achei que sim. Eu não preciso das suas respostas. E preciso, menos ainda, fazer perguntas, porque eu te conheço de cor. Eu sei de tudo. Eu sei o que você quer, mas não me acrescenta em nada se eu não sei o que você sente. Não que eu precise, mas continuo achando que sim.

Eu não sei dos seus dias, não mais. Mas sei que ocupo um espaço do seu pensamento. E, na real, vou fazer uma limpeza, porque não quero que o mesmo aconteça comigo. Não te quero no meu pensamento. Vou formatar a mente e excluir todos os arquivos que me deixam pesada e lenta.
Pesada e lenta, é assim que eu estou, por ainda te carregar comigo.
Vou te arrastando pelo chão, já cansada e, a cada dia, carrego um pedaço a menos, que ficou para trás, no meio do caminho.
E cada palavra que eu dirijo a você, me traz uma criatividade que normalmente não tenho: imagino mil e uma respostas, enquanto suas sílabas dirigidas a mim me deixam nervosa, ansiosa, feliz, desesperada, angustiada, enraivecida. O que é isso?

Te dou um tempo para me responder...

O que é isso? Mais uma vez.. Essa necessidade da sua companhia, mesmo que seja de longe? Essa necessidade do prazer com você, só com você?
Essa coisa quase patológica... Esse vício.
Cruzes, prometo que vou me tratar. Prometo que vou seguir e não mais te procurar, apesar de saber que damos belos amigos. Não posso mais te ceder nenhum espaço.

É....
eu fico por aqui, mais uma vez.
Ou, apenas tento e, me despeço em vão:
Até mais.

03 dezembro 2014

Se eu pudesse, te entregaria essas palavras

Um certo dia achei que estava livre disso -que todos à minha volta chamavam de costume. Cheguei a achar, por várias vezes, que não sentiria falta de olhar nos seus olhos e que, quando olhasse, não sentiria nada: Só amizade.
Ingenuidade minha, talvez. Ingenuidade essa que vai me afundando a cada vez que eu opto por segui-la. E eu sempre sigo. Só que, dessa vez, vou ficar quieta aqui, com minhas palavras. Vou só escrever pelo tempo que for necessário, para tirar você de mim. 

Mas, se eu pudesse, te ligaria daqui há 5 minutos, para ser a primeira a te desejar feliz aniversário. Te visitaria de manhã cedinho, com -mais uma- música especial que fiz para mostrar o quanto ainda sinto. Te faria um café da manhã especial para te ver sorrindo com a cara toda inchada, de sono. Te diria que nunca, jamais, passei um dia sem pensar em você e que daria tudo para andar lado a lado com você, para sempre.
Te diria que sei, de cabeça, os dias que estamos separados e que não suporto mais esse vai e volta emocional pelo qual tenho passado. Diria também que sei muito mais do que sabia antes, quando tinha você, e que mesmo com todo esse aprendizado que a vida me deu, meu coração ficou preso. Meu coração virou pedra e eu não consigo sentir metade do que senti, por ninguém.
Te diria que você é o dono do melhor beijo que eu já tive, e que o seu jeito que me incomoda tanto, me faz uma falta absurda.
Te contaria o quanto me sinto completa comigo mesma e que sigo os dias sorrindo, mas ainda assim tem um pedacinho de mim que te chama todos os dias. Ainda assim, me pego, de vez em quando, escutando uma música ou outra e me identificando com as partes da letra que falam sobre sentir falta. Sinto a sua.

Eu te daria o mundo, se eu pudesse. Me entregaria por inteiro. Por inteira. Te entregaria essas palavras. E também minha vida.

14 agosto 2014

Pior

O pior não é sentir dor de cabeça, dor no estômago, dor no corpo, ou qualquer dor física que seja. O pior é olhar para os lados, desesperada, e não te encontrar. É pior do que qualquer outra perda. O pior é te encontrar e não poder segurar suas mãos e nem lhe fazer cafuné. O pior são esses dias frios que parecem me congelar por dentro, e criam cicatrizes no peito, já ressecado.
O pior é imaginar e saber da probabilidade de você já ter outro amor. Te imaginar chamando-a de linda. E achar que ela é o que você sempre procurou.
O pior é ter os olhos cheios de lágrima, sem poder derramar. O pior é querer ouvir sua voz, sem poder.
O pior é precisar de você e não te ter.
E, pior que isso tudo, é querer te dizer e não poder. 

16 julho 2014

Enquanto não passa..

"Tá doendo, mas ninguém precisa saber. Tá sendo difícil, mas é só erguer a cabeça e pôr um sorriso no rosto que dá certo. Sabe aquela dor que aperta? Aquela dor que te faz derramar lágrimas pesadas? Aquela dor que tá ali, mas você quer esconder de todo mundo? Então. Eu sei que vão dizer que é drama, vão dizer que passa, vão dizer pra mim parar e ver que existem gente com problemas muito maiores que os meus, por isso prefiro ficar calada, prefiro ficar sozinha, porque só eu sei que não é drama, só eu sei o quanto dói e o quanto é difícil, porque lá no fundo eu posso até saber que vai passar, mas enquanto não passa? Machuca. Eu sei que lá fora existem dores e problemas maiores e isso me toca sim, mas não diminui o que eu to sentindo, infelizmente saber disso não faz minha dor sumir. Eu nunca me achei uma pessoa forte, e hoje eu já não sei mais da onde tirar forças, e já não sei mais o que fazer pra amenizar isso. Rezar? É o que eu mais faço, porque minha fé é a única coisa que me sobrou. Que Deus me perdoe mas parece que nem isso tá ajudando mais, porque nada muda, nada acontece, é tudo dor e mais dor, lágrimas e mais lágrimas. Mas tudo bem, eu vou continuar seguindo, vou continuar fingindo que tá tudo indo bem, vou continuar a passar o dia sorrindo e desabar a noite, porque essa é a única saída, e quem sabe um dia isso realmente passe, sei lá, bem lá no fundo ainda resta uma pequena esperança."
 

Texto de: Gabi Goulart

12 fevereiro 2014

Coração, só coração.



Vou começar dizendo que, boa parte da minha pré-adolescência, eu passei procurando uma alma gêmea. Mas, não sabia que ela poderia vir em forma de amizade, também. Num livro que li, é explicado como acontecem essas coisas, de alma gêmea e tal. Mas, juro que não acreditei, há pouco tempo atrás, quando chegamos a essa conclusão.

É piegas demais ficar falando toda hora que te amo, e vice-versa. Mas, será mesmo que a gente se importa com isso? Será mesmo que, se ao menos tentássemos, conseguiríamos não falar? Não seguir o coração? E, para quê? Não..! Esquece o "para quê". A pergunta é: Para quem? Para quem estaríamos fazendo um favor, um agrado ou seja lá o que for, se deixássemos de dizer o que sentimos? Sei que você sabe a resposta: Ninguém.

É uma pena que tenha demorado tanto, mas depois de você e outras pessoas, eu finalmente percebi que essa história de precisar de alguém é bem mais ampla do que a gente está acostumado a enxergar. Não é alguém que você possa beijar de língua. Não é alguém que você faça sexo. Não é alguém que você possa chamar de namorado. Pronto. Acho que só isso. Porque, de resto, vocês podem fazer tudo. É alguém que você possa chamar de amigo. Pode ser até que seja seu pai, sua mãe. Mas, essa pessoa tem que ser sua amiga. E, pode acreditar, isso preenche -se não todo, quase- todos os espacinhos que ficaram vazios que restaram daquela última quebra do coração.

Temo que isso acabe parecendo um depoimento de orkut, ou algo do tipo. Mas, espero que não. E, que mal tem? Você vai saber. Falando em saber, sem saber, sabemos das mesmas coisas. Queremos algumas iguais. Pensamos do mesmo jeito. Sentimos alguns trecos que ninguém fala. Agimos atrás de outra coisa em comum: a felicidade. E, a melhor parte é que, se isso machucar, a gente sabe para quem correr. Você tem os outros e, eu também. Mas, sempre nos temos, no meio disso tudo.

Sempre.



05 fevereiro 2014

Montanha-russa



Tenho pessoas maravilhosas ao meu lado. Algumas não fisicamente. Mas sei que estão comigo. Tenho músicas lindas para ouvir. Tenho poemas incríveis para ler.  E doces para comer. Tenho ruas para correr. Sorrisos para retribuir. Vozes para ouvir, e letras para cantar. Tenho tanta coisa me esperando. Tanta felicidade escondida em cada parte de uma conversa simples, em cada sol que vejo brilhar. Tanta felicidade por aí, em todo lugar e eu estava ali, sem sentidos. Coloquei uma venda, tampei os ouvidos e impedi minha respiração colocando um pregador no nariz.

Tudo isso para que? Já não sei. Não vale a pena gastar um segundo que seja. Não me interessa. Só me importo com o agora. E, as pessoas com quem me importo, se importam comigo. Agora é assim.
Devo agradecer por cada lágrima que foi derramada. Devo, sim. Elas me ajudaram a me amar um pouquinho mais. E aprender que, aquilo que me angustiava, era mesmo a dor da rejeição. Só.

É, acho que agora entendi.

E, mesmo que minha vida, assim como a sua e a de todo mundo, seja cheia de curvas com altos e baixos, uma coisa nova a fazer é: dar mais valor quando estiver no alto. Assim como uma montanha-russa: Você sabe que está prestes a cair bruscamente, mas aprecia aquela vista maravilhosa que tem, lá do alto. E aí, quando estiver lá em baixo, depois de ter passado pelo medo da queda, vai querer subir de novo, de novo, e de novo. Mas, quando voltar lá para cima, vai ficar louco para voltar para o chão. É assim que a vida é. A gente não dá valor para as coisas quando acontecem. A gente tem chance de consertar, às vezes. Mas, em outras, o tempo acaba. E você tem que sair do brinquedo. E até procura no bolso, mas já não tem mais fichas para jogar. Será que elas caíram? Ou será que acabaram, de vez?

A gente não precisa chegar a esse ponto. A gente pode até acabar com todas as fichas, mas os altos e baixos tem que valer a pena.

E esse é o melhor a fazer: Descansar depois da queda e pensar que logo, logo, vamos estar lá em cima de novo. Com aquela vista linda e toda aquela adrenalina. E, tem que valer a pena. As fichas tem que ser muito, mas muito bem usadas. E, em hipótese alguma, deixe-as guardadas.

Que ruim seria chegar em casa e se arrepender de não ter usado nenhuma.

30 janeiro 2014

Ficar, só se for de vez



Já percebi que isso me faz diferente, em meio a uma conversa de jovens. Isso me faz esquisita, às vezes. E, já até pensei em mudar, um pouco. Mas, cada dia vejo que essa sou eu. E, sei disso tanto quanto sei a letra da minha música favorita.

Sobre pessoas: Para mim, tem que existir uma. Aquela que vai te transbordar. Ou, se preferir, completar. Te sustentar (no quesito alma). Aquela pessoa que vai ser sua e, você, dela. Porque vocês dois vão sentir algo tão monstruoso e gigantesco, que então vão se sentir supridos e satisfeitos. E quem disse que não vão aproveitar a vida? Me diz, quem foi que disse que, para aproveitar a vida, é preciso ficar com várias pessoas, beijar vários lábios, encontrar vários corpos? Ok. Pode ser que, para você, seja assim. Essa pode ser a sua definição de felicidade. Mas, a minha não. Para mim, é algo único. Com uma pessoa. 

Aquela pessoa que nos faz sentir em casa, estejamos onde estivermos.

Li isso uma vez em um livro. Sobre essa coisa de que casa não é só o lugar (construção) onde vivemos. Casa pode ser uma pessoa. A pessoa. 

E eu não quero viver de aluguéis. 

Pode soar piegas, ou clichê demais. Tanto faz. Para mim, ainda assim, é melhor. 

Estou bem cansada desse mundo onde tudo é pouco, tudo é raro, tudo é frio, tudo são teclas, tudo é tela. Esse tudo, para mim, é nada. Quero mais do que isso. Quero um tudo vivo, ao vivo. Um tudo que não seja banal, como está na moda. Aliás, tendências me cansam um pouco. 

Não quero ficar um pouco com cada um. Não quero passar por tantas mais casas. Quero ficar naquela onde meus móveis pareçam bem acomodados. Onde caiba uma caminha confortável. Um armário, nem que seja só para guardar duas xícaras e, principalmente, uma estante, cheia de livros. Cheia de histórias. Da nossa casa.

27 janeiro 2014

Limpeza

É  tudo uma pena. Não acredito que o amor seja menor que isso. Acredito que tudo tem um jeito, quando realmente queremos. E, eu quis. Eu quis até o fim. Até o ultimo suspiro. Quis mesmo quando também causei alguns arranhões na fita. Voltei atrás, tentando consertar. Mas, você não. Você não quis. E, olha, tudo bem!
Você arranhou nossa gravação e, agora já não dá mais para escutar. Você, principalmente, não consegue mais escutar. Nossa música repetiu tanto, que você enjoou.

Um dia desses, alguém me falou sobre amor próprio. Algo que, um dia, eu já tive menos. Porque ISSO parece ser sempre maior. Mas, não vai mais ser. Eu quero ir atrás de alguém que venha atrás de mim. Ou, melhor, só ficar parada do lado dessa pessoa. Já que dizem por aí que, se precisamos correr atrás de alguém, é só porque essa pessoa está fugindo...

Me falaram, também, que ser forte dói. E dói muito.

Usei isso um dia desses antes de dormir. Pensei em te ligar. Em dizer que queria ouvir sua voz. Ou em te mandar uma mensagem qualquer que não demonstrasse meu desespero. Ouvi um grito interno: Ser forte dói. Decidi que, dessa vez, iria ser forte. E, se ser forte significava sentir dor, então eu iria sentir essa dor. Fui dormir triste. Mas fui dormir forte.

No outro dia, de manhã, estava meio angustiada. Mas estava forte.

Como agora...ainda estou aqui, pensando no quanto isso pode durar aqui dentro. Esperando que alguém me distraia dessa bagunça, sem querer, mesmo. Ou não. Vai saber...!

Posso estar num turbilhão de pensamentos, mas são todos contra você. Eu não quero mais te ver como alguém legal. Por que gostar de algo que só me faz mal?

Agora é minha vez de ser amada. Quero só a minha felicidade. E, estou a caminho!


23 janeiro 2014

Sem bateria



Olha, você não precisa se importar com cada passo que eu dou. Não é só porque você me pôs aqui que precisa fingir para todos que faz o que deveria. Não é só porque eu sou sua que a minha vida também vai ser. E não é só por isso que eu não aguento mais nem um segundo. Tem muito mais.

Dizem que é momentâneo. É a hora da raiva. "Não haja por impulso!"

Mas não é raiva. Eu nem sinto mais nada! Raiva ainda seria sentir alguma coisa.

É constante, sem cessar nunca. Não lembro nem quando foi a vez que te sorri de verdade. Faz tempo, não faz? É que você decidiu, sem saber, piorar tudo, a cada dia. Cada dia que poderia ser melhor, ou pelo menos não tão ruim como o anterior, você faz subir no nível de Pior. E, tudo bem, eu acho que sou quem mais te entende. Sei dos seus problemas. Sei dos seus conflitos. Não tão bem como você, mas faço ideia e, acredite, até entendo. Só que, está realmente bem difícil.

Minha bateria está descarregando e já usei todos os carregadores, que agora perdi. E agora?

Juro que estou tentando recuperar isso tudo. Mas não posso fazer sozinha. E, você me descarregou tanto, quebrou tantos pedaços daquela linha que nos ligava e que, mesmo com o sinal fraco, ainda estava lá. Não vejo mais caminho.

Decidi, agora, deixar os dias passarem e continuar dando o meu melhor. Ou tentando. Decidi não me mutilar por algo não recíproco. Decidi que tinha que decidir algo. Está aí!


Ápice.



Vai! Vai lá! Aproveita bastante essa sua nova fase. A sua liberdade. Come todas que puder, porque sempre vão haver muitas, não é mesmo? E, eu espero que você esteja bem ciente e vivo enquanto estiver com cada uma delas. Eu espero que seja perfeito para você. Eu espero que você se afogue em cada uma, que se deleite intensamente. Mas que pense em mim. Que confunda os nomes. Que me chame.
Isso parece coisa de gente mal resolvida, não é? Coisa de gente infeliz.

Injusto isso, quando, na verdade, é coisa de gente que ainda está lutando, tentando e querendo -muito- ter sucesso nessa coisa de te esquecer. Coisa de gente que sabe que o que mais doeu foi a rejeição. O fim. O amor que, convenhamos, sabemos que nunca foi amor. Ou...talvez sim. Quem sou eu para querer falar o que você sente?

Portanto, meu amor não correspondido.

Olha, tenho tentado me distrair. Tentado sair, me divertir. E, já estive pior...sei disso. Só que, há um tempo atrás, eu diria "não, eu não vou mais passar por isso" e, agora eu estou aqui, sujeita a qualquer coisa, de novo. Que droga de sentimento é esse que faz isso comigo? Tenho tentado. Mas, só tentado.

E hoje soube de você aproveitando a vida. Soube de você vivendo. Soube que está por aí.

Mas, e daí? Ninguém nunca morreu de saudade, né?

Eu vou tentar mais uma vez.

Mas esse é o ponto mais alto. Mais perto de eu te odiar. Mesmo te amando.

Odiar porque ninguém jamais agradeceria, se sentisse o que eu estou sentindo.



21 janeiro 2014

Combustível



Eu senti teu corpo. Quanta saudade que eu estava sentindo! Teu corpo, que é tão perfeito para mim! É perfeito junto com o meu. É perfeito quando me toca. É perfeito comigo. E em todas as possibilidades.

Isso está virando uma obsessão. Será? Você me tem sido todo à prestação...Um dia contigo para duas semanas sem te ver. 1/14 dias.
Migalhas. Estou me conformando com migalhas. "E eu não sei mais porque eu me contento com o pouco que você me dá."

É que eu precisava te arrancar esta ultima vez. Precisava tanto, que não me senti mal nem durante e nem depois.Precisava tanto, que fiz dessa a melhor de todas as vezes. E foi você quem disse.

O único contraditório nisso tudo é que, você já não me vê nem um pouco como antes. Você não me vê com aqueles olhos de quero-ficar-com-você. Mas, é bom para mim, te ter aqui, mesmo com estes olhos novos. Eles servem para me fazer acostumar com isso. Eles servem para me fazer ver que não são mais os mesmos. Chega de ilusões.

Agora somos amigos .

Tudo bem. Por hoje me fez bem. Pelo menos por hoje. Me abasteci de você.



20 janeiro 2014

Ciclo


E eu havia prometido que essa cena nunca mais se repetiria: Eu nunca mais voltaria a sentar aqui, pegar essa caneta e usar esse caderno para falar de você. Mas tudo não passou de uma Condicional. Olha só para mim, aqui, agora.

É, eu devo mesmo estar doente. Não consigo manter minha palavra quando se trata disso. A única coisa que ainda mantenho é o "tudo bem" quando me perguntam como eu estou. Mas, aqui dentro...Aqui dentro não consigo mudar nada. Ainda tem você me fazendo acordar no meio da noite e ver minha mãe me olhando com aquela cara de preocupada, tentando entender porque eu estava chorando. Eu estava sonhando. De novo.

Mas, que se dane! Eu tenho vontade de fazer algo para mudar, só que..sabe, eu nunca consigo?! Se me perguntam, digo que nem sei, mas são exatos 2 meses e 4 dias. Ou, se preferir, 65 dias. 65 dias que você quis parar.
Aliás, precisava te perguntar: Por que você diz que fui eu? Era você quem estava cansado. Não era?

Que droga.

É sempre assim...sempre! Prometemos ser amigos, começamos a conversar, e algo dá errado...Brigamos. Eu prometo nunca mais ir atrás de você. Você fala alguma coisa. Voltamos a nos falar. Brigamos.

Agora, estou indo embora. Vou sumir. Nunca mais vou dar sinal de vida.

Meu celular acabou de apitar. É o whatsapp. Uma mensagem. Sua.

"Como você tá?"

E começa tudo de novo.

No fundo, o que me machuca mais é que sei que te mantenho porque mantenho a esperança. E, eu não quero mais esperar.

19 janeiro 2014

DESPEDIDA



Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente,
seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, 
com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva,
já que ainda estamos tão embrulhados na dor
que não conseguimos ver luz no fim do túnel.

A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.

A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços,
a dor de virar desimportante para o ser amado.
Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida:
a dor de abandonar o amor que sentíamos. 
A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, 
sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também…

Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. 
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.
É que, sem se darem conta, não querem se desprender.
Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, 
lembrança de uma época bonita que foi vivida…
Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual 
a gente se apega. Faz parte de nós. 
Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, 
mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo,
que de certa maneira entranhou-se na gente, 
e que só com muito esforço é possível alforriar.

É uma dor mais amena, quase imperceptível. 
Talvez, por isso, costuma durar mais do que a ‘dor-de-cotovelo’
propriamente dita. É uma dor que nos confunde. 
Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos 
deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por 
ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, 
que nos colocava dentro das estatísticas: “Eu amo, logo existo”.

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. 
É o arremate de uma história que terminou, 
externamente, sem nossa concordância,
mas que precisa também sair de dentro da gente… 
E só então a gente poderá amar, de novo.


Texto de Martha Medeiros

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