30 janeiro 2014

Ficar, só se for de vez



Já percebi que isso me faz diferente, em meio a uma conversa de jovens. Isso me faz esquisita, às vezes. E, já até pensei em mudar, um pouco. Mas, cada dia vejo que essa sou eu. E, sei disso tanto quanto sei a letra da minha música favorita.

Sobre pessoas: Para mim, tem que existir uma. Aquela que vai te transbordar. Ou, se preferir, completar. Te sustentar (no quesito alma). Aquela pessoa que vai ser sua e, você, dela. Porque vocês dois vão sentir algo tão monstruoso e gigantesco, que então vão se sentir supridos e satisfeitos. E quem disse que não vão aproveitar a vida? Me diz, quem foi que disse que, para aproveitar a vida, é preciso ficar com várias pessoas, beijar vários lábios, encontrar vários corpos? Ok. Pode ser que, para você, seja assim. Essa pode ser a sua definição de felicidade. Mas, a minha não. Para mim, é algo único. Com uma pessoa. 

Aquela pessoa que nos faz sentir em casa, estejamos onde estivermos.

Li isso uma vez em um livro. Sobre essa coisa de que casa não é só o lugar (construção) onde vivemos. Casa pode ser uma pessoa. A pessoa. 

E eu não quero viver de aluguéis. 

Pode soar piegas, ou clichê demais. Tanto faz. Para mim, ainda assim, é melhor. 

Estou bem cansada desse mundo onde tudo é pouco, tudo é raro, tudo é frio, tudo são teclas, tudo é tela. Esse tudo, para mim, é nada. Quero mais do que isso. Quero um tudo vivo, ao vivo. Um tudo que não seja banal, como está na moda. Aliás, tendências me cansam um pouco. 

Não quero ficar um pouco com cada um. Não quero passar por tantas mais casas. Quero ficar naquela onde meus móveis pareçam bem acomodados. Onde caiba uma caminha confortável. Um armário, nem que seja só para guardar duas xícaras e, principalmente, uma estante, cheia de livros. Cheia de histórias. Da nossa casa.

27 janeiro 2014

Limpeza

É  tudo uma pena. Não acredito que o amor seja menor que isso. Acredito que tudo tem um jeito, quando realmente queremos. E, eu quis. Eu quis até o fim. Até o ultimo suspiro. Quis mesmo quando também causei alguns arranhões na fita. Voltei atrás, tentando consertar. Mas, você não. Você não quis. E, olha, tudo bem!
Você arranhou nossa gravação e, agora já não dá mais para escutar. Você, principalmente, não consegue mais escutar. Nossa música repetiu tanto, que você enjoou.

Um dia desses, alguém me falou sobre amor próprio. Algo que, um dia, eu já tive menos. Porque ISSO parece ser sempre maior. Mas, não vai mais ser. Eu quero ir atrás de alguém que venha atrás de mim. Ou, melhor, só ficar parada do lado dessa pessoa. Já que dizem por aí que, se precisamos correr atrás de alguém, é só porque essa pessoa está fugindo...

Me falaram, também, que ser forte dói. E dói muito.

Usei isso um dia desses antes de dormir. Pensei em te ligar. Em dizer que queria ouvir sua voz. Ou em te mandar uma mensagem qualquer que não demonstrasse meu desespero. Ouvi um grito interno: Ser forte dói. Decidi que, dessa vez, iria ser forte. E, se ser forte significava sentir dor, então eu iria sentir essa dor. Fui dormir triste. Mas fui dormir forte.

No outro dia, de manhã, estava meio angustiada. Mas estava forte.

Como agora...ainda estou aqui, pensando no quanto isso pode durar aqui dentro. Esperando que alguém me distraia dessa bagunça, sem querer, mesmo. Ou não. Vai saber...!

Posso estar num turbilhão de pensamentos, mas são todos contra você. Eu não quero mais te ver como alguém legal. Por que gostar de algo que só me faz mal?

Agora é minha vez de ser amada. Quero só a minha felicidade. E, estou a caminho!


23 janeiro 2014

Sem bateria



Olha, você não precisa se importar com cada passo que eu dou. Não é só porque você me pôs aqui que precisa fingir para todos que faz o que deveria. Não é só porque eu sou sua que a minha vida também vai ser. E não é só por isso que eu não aguento mais nem um segundo. Tem muito mais.

Dizem que é momentâneo. É a hora da raiva. "Não haja por impulso!"

Mas não é raiva. Eu nem sinto mais nada! Raiva ainda seria sentir alguma coisa.

É constante, sem cessar nunca. Não lembro nem quando foi a vez que te sorri de verdade. Faz tempo, não faz? É que você decidiu, sem saber, piorar tudo, a cada dia. Cada dia que poderia ser melhor, ou pelo menos não tão ruim como o anterior, você faz subir no nível de Pior. E, tudo bem, eu acho que sou quem mais te entende. Sei dos seus problemas. Sei dos seus conflitos. Não tão bem como você, mas faço ideia e, acredite, até entendo. Só que, está realmente bem difícil.

Minha bateria está descarregando e já usei todos os carregadores, que agora perdi. E agora?

Juro que estou tentando recuperar isso tudo. Mas não posso fazer sozinha. E, você me descarregou tanto, quebrou tantos pedaços daquela linha que nos ligava e que, mesmo com o sinal fraco, ainda estava lá. Não vejo mais caminho.

Decidi, agora, deixar os dias passarem e continuar dando o meu melhor. Ou tentando. Decidi não me mutilar por algo não recíproco. Decidi que tinha que decidir algo. Está aí!


Ápice.



Vai! Vai lá! Aproveita bastante essa sua nova fase. A sua liberdade. Come todas que puder, porque sempre vão haver muitas, não é mesmo? E, eu espero que você esteja bem ciente e vivo enquanto estiver com cada uma delas. Eu espero que seja perfeito para você. Eu espero que você se afogue em cada uma, que se deleite intensamente. Mas que pense em mim. Que confunda os nomes. Que me chame.
Isso parece coisa de gente mal resolvida, não é? Coisa de gente infeliz.

Injusto isso, quando, na verdade, é coisa de gente que ainda está lutando, tentando e querendo -muito- ter sucesso nessa coisa de te esquecer. Coisa de gente que sabe que o que mais doeu foi a rejeição. O fim. O amor que, convenhamos, sabemos que nunca foi amor. Ou...talvez sim. Quem sou eu para querer falar o que você sente?

Portanto, meu amor não correspondido.

Olha, tenho tentado me distrair. Tentado sair, me divertir. E, já estive pior...sei disso. Só que, há um tempo atrás, eu diria "não, eu não vou mais passar por isso" e, agora eu estou aqui, sujeita a qualquer coisa, de novo. Que droga de sentimento é esse que faz isso comigo? Tenho tentado. Mas, só tentado.

E hoje soube de você aproveitando a vida. Soube de você vivendo. Soube que está por aí.

Mas, e daí? Ninguém nunca morreu de saudade, né?

Eu vou tentar mais uma vez.

Mas esse é o ponto mais alto. Mais perto de eu te odiar. Mesmo te amando.

Odiar porque ninguém jamais agradeceria, se sentisse o que eu estou sentindo.



21 janeiro 2014

Combustível



Eu senti teu corpo. Quanta saudade que eu estava sentindo! Teu corpo, que é tão perfeito para mim! É perfeito junto com o meu. É perfeito quando me toca. É perfeito comigo. E em todas as possibilidades.

Isso está virando uma obsessão. Será? Você me tem sido todo à prestação...Um dia contigo para duas semanas sem te ver. 1/14 dias.
Migalhas. Estou me conformando com migalhas. "E eu não sei mais porque eu me contento com o pouco que você me dá."

É que eu precisava te arrancar esta ultima vez. Precisava tanto, que não me senti mal nem durante e nem depois.Precisava tanto, que fiz dessa a melhor de todas as vezes. E foi você quem disse.

O único contraditório nisso tudo é que, você já não me vê nem um pouco como antes. Você não me vê com aqueles olhos de quero-ficar-com-você. Mas, é bom para mim, te ter aqui, mesmo com estes olhos novos. Eles servem para me fazer acostumar com isso. Eles servem para me fazer ver que não são mais os mesmos. Chega de ilusões.

Agora somos amigos .

Tudo bem. Por hoje me fez bem. Pelo menos por hoje. Me abasteci de você.



20 janeiro 2014

Ciclo


E eu havia prometido que essa cena nunca mais se repetiria: Eu nunca mais voltaria a sentar aqui, pegar essa caneta e usar esse caderno para falar de você. Mas tudo não passou de uma Condicional. Olha só para mim, aqui, agora.

É, eu devo mesmo estar doente. Não consigo manter minha palavra quando se trata disso. A única coisa que ainda mantenho é o "tudo bem" quando me perguntam como eu estou. Mas, aqui dentro...Aqui dentro não consigo mudar nada. Ainda tem você me fazendo acordar no meio da noite e ver minha mãe me olhando com aquela cara de preocupada, tentando entender porque eu estava chorando. Eu estava sonhando. De novo.

Mas, que se dane! Eu tenho vontade de fazer algo para mudar, só que..sabe, eu nunca consigo?! Se me perguntam, digo que nem sei, mas são exatos 2 meses e 4 dias. Ou, se preferir, 65 dias. 65 dias que você quis parar.
Aliás, precisava te perguntar: Por que você diz que fui eu? Era você quem estava cansado. Não era?

Que droga.

É sempre assim...sempre! Prometemos ser amigos, começamos a conversar, e algo dá errado...Brigamos. Eu prometo nunca mais ir atrás de você. Você fala alguma coisa. Voltamos a nos falar. Brigamos.

Agora, estou indo embora. Vou sumir. Nunca mais vou dar sinal de vida.

Meu celular acabou de apitar. É o whatsapp. Uma mensagem. Sua.

"Como você tá?"

E começa tudo de novo.

No fundo, o que me machuca mais é que sei que te mantenho porque mantenho a esperança. E, eu não quero mais esperar.

19 janeiro 2014

DESPEDIDA



Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente,
seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, 
com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva,
já que ainda estamos tão embrulhados na dor
que não conseguimos ver luz no fim do túnel.

A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.

A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços,
a dor de virar desimportante para o ser amado.
Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida:
a dor de abandonar o amor que sentíamos. 
A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, 
sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também…

Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. 
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.
É que, sem se darem conta, não querem se desprender.
Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, 
lembrança de uma época bonita que foi vivida…
Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual 
a gente se apega. Faz parte de nós. 
Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, 
mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo,
que de certa maneira entranhou-se na gente, 
e que só com muito esforço é possível alforriar.

É uma dor mais amena, quase imperceptível. 
Talvez, por isso, costuma durar mais do que a ‘dor-de-cotovelo’
propriamente dita. É uma dor que nos confunde. 
Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos 
deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por 
ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, 
que nos colocava dentro das estatísticas: “Eu amo, logo existo”.

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. 
É o arremate de uma história que terminou, 
externamente, sem nossa concordância,
mas que precisa também sair de dentro da gente… 
E só então a gente poderá amar, de novo.


Texto de Martha Medeiros

Talvez você queira ler:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...