27 setembro 2016

Qualquer vida menos essa

Eu tenho problemas. Eu sei, obviamente o que veio à sua cabeça foi "todo mundo tem!". Então eu digo agora que eu provavelmente só não tenho forças. Dizem -um amigo ou outro- pra mim que eu tenho sim. Mas, sinceramente? Se eu tinha alguma, devem ter se esgotado. Tem sido um dia pior que o outro e hoje....hoje eu nem consegui sair da cama para estagiar. Levantei e meu pai perguntou o porquê de eu não ter ido. Além de eu estar odiando (assim como estou odiando tudo o que acontece à minha volta) eu simplesmente não consegui ir. E ele riu, achando que eu tinha perdido o horário mais uma vez, como acontecia muito no ensino médio. Foi quando eu disse: "Mas não foi por sono. Eu acordei, mas não consegui ir". Disse isso já procurando um refúgio em qualquer abraço que pudesse receber. E foi exatamente o que aconteceu. Já acordei chorando. E é tão triste acordar assim.
Engraçado é que todas as vezes em que eu paro para pensar, me vem ele na cabeça. Como se voltar para ele, como de costume por vários anos, fosse resolver toda essa merda que tem sido isso tudo. 
Ontem a gente se viu e...ele chorou. Eu chorei muito. Chorei por conta do filme que não parava de rodar na minha cabeça; por conta da tatuagem no dedo dele; por conta do quanto eu sei que passar por isso é difícil, todas as vezes; pelo fato de eu saber que por mais que sinta raiva, por mais que não seja o mesmo tipo de amor, eu sempre irei amá-lo; por sentir medo de voltar. Eu não quero passar por tudo aquilo de novo. Eu não quero! Mas chorei principalmente por pensar que...diante tudo o que tem me afligido ultimamente, ele é o menor dos problemas. Chorei porque parece que tem alguém apertando meu pulmão e eu mal consigo respirar às vezes. Chorei por me iludir das vezes anteriores achando que era uma saída. Chorei por olhar para todos os lados e só ver vazio, só ver desespero. Chorei por saber que talvez -e é apenas talvez- a culpa de nada ter dado certo seja minha, por estar mal a tanto tempo. Talvez eu tivesse levado muita coisa numa boa. Mas não levei. Eu perdi minha sanidade. Eu fiquei tanto tempo esperando ele me dizer que errou, quando na verdade eu também errei para caralho. 
Hoje me faltou vontade. Eu mal me importei com minha aparência. Quando fui correr me parecia mais que eu estava em qualquer lugar que não fosse a terra: via tudo embaçado, parecia que as pessoas estavam me olhando diferente. Eu queria mesmo deitar e ter um sono infinito. Porque não quero mais olhar a situação da minha família e não poder fazer nada. Não aguento mais fingir um sorriso só para não preocupar os outros, mesmo quando estou prestes a desabar. 
Hoje me faltou coragem. Tenho vergonha de mim. Eu sempre desisto de tudo. Eu queria mesmo acordar amanhã sentindo que tudo é diferente. Mas não sei se isso é possível. 
Eu sinto muita falta dele. Eu daria tudo para viver com ele do jeito que sempre sonhei. Eu sei que é impossível. A gente se ama, qualquer um vê. Mas a gente se machuca. Se maltrata. Eu já menti para ele. Ele já mentiu para mim. A gente já se machucou, se ofendeu, se esqueceu do propósito daquilo tudo. Eu queria voltar no tempo. Eu queria seguir em frente. Eu queria qualquer coisa, menos estar onde eu estou. Viver o que eu estou vivendo. 
Não sei se suporto por muito mais tempo.

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