Tudo o que somos, agora

Sim, eu sinto saudade do teu cheiro; do teu sorriso; do teus olhos sendo meus; de tudo o que a gente fazia; eu sinto saudade de quando eu era tua; daquela rua que já era nossa; das nossas mãos suando de tanto apertarmos uma a outra; e, acredite ou não, até das tuas crises de riso todas as vezes que eu queria conversar. Eu sinto saudade de cada dia único que a gente viveu. Como já disse em uma música, foram 621.  E a vontade que dá é de rebobinar a fita só para me sentir como eu me sentia: amada, segura, amando, feliz, apaixonada e já via todo o meu futuro, com você do lado, mesmo que, quando você perguntasse, eu dissesse que não, que me imaginava sozinha. Boba mentira.
Acontece que a gente já rebobinou essa fita mais vezes do que acontece normalmente e, acho que ela desgastou, de tão usada que foi. Ela desgastou, foi isso o que aconteceu.
Hoje, eu não tenho cabeça para nada. Porque, apesar de estar sofrendo menos do que das outras vezes, a saudade apertou como nunca mais havia apertado em mim. Chego a pensar que só alguém novo vai me curar de você.
E, quer saber? Eu queria tanto continuar sendo tua amiga...mas acontece que agora entendo. Agora entendo que não tem como e que vai doer mais ainda. Porque, me desculpa, mas eu não quero ver e nem conhecer esses seus novos amigos que não param de chegar; eu não quero saber das suas novidades, das quais eu não faço mais parte; e eu morro de medo do dia em que eu tropeçar com você de mãos dadas com outra garota; eu não posso lidar com isso assim, tão naturalmente -pelo menos, ainda não-. Então não espere que eu vá me arrepender como das outras vezes. E, se puder, me esquece. Porque, para mim, isso já está sendo difícil o suficiente.