Confissões de um fraco coração

As suas palavras entraram em mim como um bisturi. Um bisturi sem cuidado ou rumo algum. Então foram correndo vorazmente e aumentando a velocidade a cada instante, até chegarem ao meu coração. Quando chegaram, nem perguntaram como ele estava. Foram perfurando lenta e intensamente até que ele conseguisse ouví-las. E então gritei, chorei na sua frente. Lhe mostrando que elas haviam conseguido.
E eu que nunca achei que fosse me deixar abalar. Mas, doeu. Não deu para segurar. Me desculpa se eu sou tão ruim assim com você. Nunca fiz esforços.
E então, o r se transformou em acento agudo e a dor, virou dó. Dó do que você se tornou. Dó do que você tem sido, ultimamente.
Você ficou, e eu parti. Por mim, para nunca mais voltar. Por mim, para não mais te olhar assim e te dizer o que não quer sair de dentro de mim. Mas, aqui estou. Tudo o que eu tenho agora é a lembrança da sua voz naquele telefonema. E tudo o que eu sei é que, depois de multilado, meu coração ficou tão fraco. Tão fraco, que não consegue rejeitar um pedido de desculpas, sequer. Tão fraco, que nem ao menos lembra da dor que sentiu quando foi machucado. Tão fraco, como eu.